que pode vir a ser um conto,
ou até mesmo uma crônica...
(DEDICADO A BEBEL SAMPAIO)
CAPÍTULO 1
Fim de tarde.
Eram corajosos aqueles que vestiam-se de preto e circulavam pela grande metrópole fria e cinzenta. Todos elegantes, austeros de narizes avantajados e cabelos ruivos, eram típicos britânicos, aristocratas, pontuais, rudes e de sotaque inconfundível. As ruas estavam sombrias ao entardecer de um dia chuvoso, a grande cidade embora habituada ao clima fogue não parecia agentar mais tanto tempo sem sequer uma fresta de sol. Já havia terminado o inverno fazia tempo, contudo a primavera não conseguira vigor e a falta de cores continuava pertinente por toda a cidade.
Ao bater a terceira baladada das seis horas, no grande relógio da cidade, o srº A. Mendell, como estava escrito em uma plaqueta dourada sobre sua mesa, percebeu que era hora de ir para casa, o banco já fechara fazia tempo, contudo era necessário aos contadores e administradores horas extras para concluírem seus afarezes e apropiar-se da certeza que estava tudo em ordem. Alvo era grisalho, baixinho, gordinho, com um bigode notavelmente bem feito. Havia terminado seu trabalho e com o soar do big bang, fechou sua gavetinha como de costume, pôs a chave no bolso direito do paletó, fez menção a coroa e levantou-se da robusta mesa. Ao encaminhar-se para o banheiro, cumprimentou Dona Rose, uma velhinha septagenária de cabelos brancos e pele enrugada que era responsável pela limpeza dos sanitários. E lembrou-se que dentro da gavetinha tinha um terço do salário da senhora, logo retornou a sua mesa, pegou o dinheiro e lhe deu, esta abriu um sorriso um tanto quanto peculiar, era muita idosa, possuía poucos dentes e agradeceu.
Enquanto se preparava para ir embora definitivamente, pediu que Ruth Suely, a secretária, lhe chama-se um táxi, pois arrebentara o menisco certa vez, e quando dirigia sentia fortes dores no joelho. Encasacado, de cachecol e cartola, abriu seu grande guarda-chuva e pôs-se a esperar o veículo em frente ao banco, cerca de vinte minutos depois, chegou. Medell era um homem de posses, morava na parte residencial da cidade, realmente demorava, principalmente na hora do rush, para que ele retornar-se a sua casa. Durante o trânsito, Alvo gostava de conversar com o chofer, desta vez um indio chileno, que muito embora fosse sul-africano estava habituado ao clima frio, característico dos Andes, mas não com o inglês, característico da Inglaterra. Então, para não parecer rude, só fazia concordar com Alvo através de pequenos balanços positivos. Era interessante para alguém rotineiro, que passava o dia com as mesmas pessoas há anos e estava acostumado apenas com elas perceber todo um mundo lá fora, curiosamente Alvo não pensava nisso desde seus 12 anos, quando notou pela primeira vez diferenças étnicas, um aluno sul-africano fora estudar em seu colégio.
Estava ele despercebido no mundo, com o olhar vago e consciência no ar, quando ouve-se a seguinte manchete: "Menina Amy Winneston, de 20 anos é brutalmente assassinada!" Como que num estalo Medell pensou em sua filha, Amy também, passou um frio na espinha, seu coração acelerou como de costume, devido a hipertensão. Arrepiado, reconfortou-se ao lembrar que ela estava segura, fazendo faculdade de jornalismo nos Estados Unidos.

John, to impressionada com vc !
ResponderExcluirsem querer fazer com que a minha opinião leiga pareça muito, eu só posso responder pelo meu gosto pessoal. Eu adoreiiii, e vc não pode abandonar seu projeto de livro !!!!
to esperando os outros capitulos !!
mil beijos