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domingo, 5 de julho de 2009

Sopro Inglês...

Capítulo 2

Mar Revolto...

Na Europa da época, o movimento punk rock havia perpetuado-se e era comum notar pessoas um tanto quanto peculiares nas ruas. Cabelos cor-de-rosa, vermelhos e verdes já não eram símbolos de rebeldia e sim compunham as angustias da moda, a sensação de liberdade, roupas pretas, buracos pelo corpo, tatuagens e qualquer tipo de arte chocante era bem vista pelos adolescentes. Amy filha de Alvo, não era diferente, esta se propunha ao preto como uma forma de se fazer perceber a personalidade forte, característica dos Medell. Agora, nos Estados Unidos, sentia-se mais completa, mesmo que longe de sua família conseguira finalmente a tal independência ansiada por todos de sua idade.
Durante toda sua adolescência, Amelia teve uma péssima relação com seus pais, ambos não compreendiam a inquietação que a puberdade traz consigo, já haviam envelhecido por dentro e por fora. E para lidar com a pressão de ser filha de uma família tradicional britânica, rica, distinta e definitivamente singular Amy escondia-se nas bebidas, desde os quatorze anos era comum a Srª Medell ir buscá-la em tabernas londrinas. Normalmente, acompanhada de outros adolescentes, rebeldes, usuários de entorpecentes, com roupas peculiares, de tons fortes, cabelos tingidos, piercings, tatuagens. O que chocava ainda mais a conservadora Medell mãe.
Num passado longínquo, Amelia havia sido estereotipada como a garota mais distinta de sua escola, que em termos não britânicos, estaria enfatizando sua beleza fora do comum. Com doze anos, tinha longos cabelos rubros, anelados nas pontas; seu nariz era empinado e com milhares de sardas milimetricamente situadas ao longo de seu rosto. Sua boca rosada não era incomum, mas se tornava maravilhosamente bela dentro de todo o contexto de seu rosto e em meio a tantos detalhes não poderia deixar de ressaltar os enormes olhos verde-escuros e a sua pele branca, tão branca quanto as nuvens do maravilhoso pôr-do-sol brasileiro. Seu corpo, realmente não possuía muitas curvas, apenas era esbelto. E sua postura, aliás que postura, um exemplo do austero britânico, flutuava em meio aos grandes corredores de sua tradicional escola. Até que, certo dia, com hormônios em crise rebelou-se para esta vida perfeita, robótica.
Com vinte anos, não possuía mais longos cabelos rubros, tinha um corte moderno e estes estavam loiros, bem loiros na verdade, diria eu que eram brancos, o que combinava perfeitamente com a personalidade rebelde de Amelia. Sempre de preto, com roupas estilizadas e maquiagem pesada, era a melhor redatora do jornal da famosa faculdade que estudava nos Estados Unidos, com certeza se formaria com louvor e estaria encaminhada para construir uma vida bem-sucedida e obter sucesso no ramo jornalístico. Logo, apesar de não aceitar a forma como sua filha mostrava-se para o mundo, Alvo estava satisfeito com o caminho que a vida dela tomara, deixando assim de ser mais motivo para sua pressão subir e surgirem novos cabelos brancos em sua cabeleira ruiva.

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